Editorial ONIP – Novembro 2025

No dia 28 de novembro a Petrobras divulgou seu Plano de Negócios 2026-2030, que traz sinais importantes para toda a cadeia produtiva nacional. O documento reafirma a centralidade do petróleo e do gás na oferta de energia do país e indica que, mesmo em um ambiente de preços desafiadores, a companhia seguirá ampliando sua capacidade produtiva, fortalecendo o parque de refino e avançando em iniciativas de baixo carbono.

Para os fornecedores, isso se traduz em um ciclo de investimentos consistente. Serão US$ 91 bilhões em implantação e US$ 109 bilhões considerando as oportunidades em avaliação, com mais de 75% destinados ao segmento de Exploração & Produção.

Projetos relevantes como Búzios, Sépia, Mero, Atapu e Tupi seguem impulsionando a produção, que deve alcançar 2,7 milhões de barris/dia em 2028, amparada por ganhos operacionais e novas unidades.

O refino também entra em uma trajetória de expansão inédita, com acréscimo de 320 mil barris/dia em capacidade de processamento até 2030 e forte crescimento na produção de Diesel S10. Essa agenda abre oportunidades para fabricantes de equipamentos, empresas de engenharia, construção, serviços industriais, automação, eficiência energética e soluções ambientais.

Outro movimento que merece atenção é a ampliação gradual das atividades relacionadas ao descomissionamento de ativos. O Plano aponta a extensão da vida útil de sistemas, o reaproveitamento de estruturas, a retirada planejada de unidades sem produção e a busca por soluções de destinação sustentável. Esses elementos, associados ao amadurecimento de campos históricos e à otimização de custos operacionais, indicam um mercado crescente para engenharias, serviços submarinos, logística especializada, desmantelamento e reciclagem, áreas que ganharão relevância estratégica nos próximos
anos.

No gás natural, a previsão de maior disponibilidade, especialmente na Bacia de Santos, reforça a importância da infraestrutura associada, enquanto o avanço em biocombustíveis e bioprodutos aponta para uma diversificação gradual e complementar do portfólio.

O Plano destaca, ainda, que os investimentos projetados têm potencial para gerar e sustentar mais de 300 mil empregos diretos e indiretos, além de representar cerca de 5% de todos os investimentos previstos no país. Isso reforça a magnitude do setor de óleo e gás como motor econômico e seu papel na dinamização da cadeia nacional.

A ONIP seguirá acompanhando esse cenário de perto, reafirmando o seu propósito de ampliar integrações, qualificar a indústria e apoiar empresas na captura das oportunidades que se consolidam. O Plano demonstra que há espaço para crescer e que a atuação coordenada da cadeia produtiva será decisiva para transformar investimentos em desenvolvimento, empregos e inovação.

Marta Franco Lahtermaher – Diretora-Geral da ONIP