A Organização Nacional da Indústria do Petróleo (ONIP) participou, nesta quarta-feira (26/06), da reunião da Câmara da Indústria de Energia, Petróleo e Gás da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), que reuniu lideranças e especialistas para discutir os rumos da cadeia de óleo e gás no país. O encontro, realizado em Belo Horizonte, destacou os investimentos previstos para os próximos anos, os gargalos estruturais da cadeia produtiva e as oportunidades emergentes de exportação.

Representando a ONIP, a diretora-geral Cynthia Silveira apresentou um panorama atualizado do setor, com ênfase no papel estratégico da Organização como elo entre fornecedores, operadoras e formuladores de políticas públicas. Em sua fala, Silveira ressaltou a importância de políticas coordenadas e do fortalecimento da indústria nacional para garantir competitividade, previsibilidade regulatória e inserção internacional. “A ONIP tem atuado de forma ativa para viabilizar um ambiente mais dinâmico, colaborativo e tecnicamente qualificado, onde o setor produtivo possa responder com agilidade às demandas da transição energética e aos desafios da industrialização”, afirmou.

A Câmara da Indústria de Energia, Petróleo e Gás integra uma base sólida de representatividade industrial em Minas Gerais, reunindo mais de 7 mil associados diretos, cerca de 50 mil indústrias representadas por sindicatos ou pela própria FIEMG (com ao menos um empregado formal), além de uma base ampliada de mais de 170 mil CNPJs industriais ativos no estado, abrangendo empresas classificadas com CNAE industrial — inclusive aquelas sem vínculo empregatício formal. Essa capilaridade reforça o papel estratégico da Câmara como fórum qualificado de articulação setorial.

A reunião também contou com a participação do gerente executivo da área submarina da Petrobras, Flávio Bretanha, que detalhou os planos de investimento da companhia para o período 2025–2029. Entre os destaques, estão os avanços na eletrificação offshore e a meta de alcançar 55% de conteúdo local em licitações de equipamentos submarinos até 2027 — medida vista como decisiva para alavancar a indústria fornecedora nacional.

Durante os debates, foi apontada a escassez de mão de obra qualificada como um dos principais entraves à expansão sustentável do setor. A necessidade de formação técnica especializada, somada à urgência por soluções logísticas e de padronização industrial, foi mencionada como prioritária por diversos interlocutores.

A programação contou ainda com a participação da Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia (ABRACE), representada por Jéssica Guimarães, que abordou os impactos regulatórios da Medida Provisória nº 1.300/25 e seus reflexos sobre os custos energéticos da indústria.

Ao encerrar o encontro, o presidente da Câmara, Humberto Zica, reiterou o compromisso da FIEMG em intensificar a interlocução entre os setores público e privado, ampliando a presença da indústria mineira em cadeias estratégicas como a de óleo e gás. “Precisamos reposicionar Minas Gerais nesse mapa, conectando nossa vocação industrial às oportunidades de futuro”, pontuou.

A participação da ONIP neste diálogo reafirma seu papel como protagonista na construção de uma indústria de petróleo e gás mais integrada, eficiente e preparada para os desafios da nova matriz energética global.

Fonte: FIEMG – https://www.fiemg.com.br/noticias/minas-debate-futuro-da-industria-de-oleo-e-gas-e-gargalos-do-setor/