ONIP participa do workshop Potencializa E&P, promovido pelo Ministério de Minas e Energia

A diretora-geral da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), Cynthia Silveira, participou, nesta quinta-feira (21/11), no auditório do Ministério de Minas e Energia (MME), em Brasília, do workshop Potencializa E&P, debatendo na mesa 4- Aumentando a Competitividade da Industria Brasileira.

Cynthia destacou os desafios da política industrial e apresentou propostas de ajuste para a política setorial de petróleo e gás.

“Olhando para o PIB setorial brasileiro percebemos que o PIB industrial brasileiro não acompanhou o crescimento da indústria de O&G. De acordo com o Painel Dinâmico da ANP, temos quase 40% em investimentos de Conteúdo Nacional. Mas isso não chega na indústria. Esses números dizem respeito a Bens e Serviços que não são separados na hora da certificação. Precisamos de uma análise qualitativa desses números. Mais de 60% é absorvido por mão de obra, incluindo mão de obra de operadoras, e por apoio logístico e operacional. Tudo isso é contabilizado como conteúdo local. Isso distorce o propósito da clausula de conteúdo nacional que foi criada há 25 anos para fomentar a indústria e desenvolver a nossa capacidade industrial”, observou.

De acordo com a executiva, entre os desafios da política industrial estão o cenário econômico de inflação e juros altos, dificuldades de financiamento e, principalmente, os poucos pedidos feitos a fornecedores locais.

“A forma de contratação e estruturação do financiamento de cada FPSO é a chave para o sucesso do empreendimento e do conteúdo nacional. É preciso priorizar a contratação de engenharia básica no Brasil, reformular os editais de contratos de FPSO para promover a concorrência, convidar preferencialmente os fornecedores locais e utilizar os recursos de PD&I para promover o desenvolvimento tecnológico de fornecedores brasileiros”; elencou.

A executiva destacou ainda o papel da ONIP de ser um fórum de cooperação e articulação entre operadoras de E&P, fornecedores brasileiros, governo e agências para o desenvolvimento da industria de petróleo e gás.

“Trabalhamos na definição de políticas públicas coerentes que incentivem a competitividade, a inovação e preparem o país para uma transição energética equilibrada”, reforçou. “Indústria forte é aquela que vende, gera empregos e recolhe impostos”, concluiu, convidando as operadoras a contratarem mais com a indústria nacional.

Participaram da mesa, além da executiva da ONIP, Eduardo Costa Pinto, da Petrobras, Joaquim Maia, da Abemi, Margarete Gandini, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Symone Araújo, da ANP, Pedro Alem, do IBP, Idarilho Nascimento, da ABIMAQ, Gilberto Israel, do Sinaval e Elton Vale, do MME, como moderador.