Previsão de investimentos na Margem Equatorial, por si só, não sinaliza avanço na exploração. “O que sinaliza avanço é perfuração”, afirma diretora geral da ONIP

“A previsão de investimentos na Margem Equatorial, por si só, não sinaliza avanço na exploração. O que sinaliza avanço é perfuração”. A afirmação é da engenheira Cynthia Silveira, diretora geral da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (ONIP), em entrevista exclusiva para o Blog do Desenvolvimento.
De acordo com a engenheira, a previsão de US$3,1 bilhões de investimentos na Margem Equatorial, no Plano da Petrobras 2024-2028 não traz nada de novo.
“A previsão de investimento é semelhante a do Plano anterior, mas atualizada pela inflação em dólar. Comparativamente é o mesmo valor do plano anterior”, observa, acrescentando que, no plano atual, a estatal não indicou o número de poços que serão perfurados no futuro. No plano anterior, a Petrobras havia indicado a perfuração de 16 poços na Margem.
Para a executiva da Onip, o que significaria realmente um avanço na exploração teria sido a perfuração de poços.
“A atividade exploratória no Brasil vem caindo e isso é preocupante. Em 2011, chegamos a perfurar 150 poços. Em 2013, há 10 anos, 65 poços. Neste ano vamos perfurar apenas 17 poços em todo o país, incluindo terra e mar. Sendo que dos 17 poços em 2023, 12 tiveram notificação de descobertas”, enumera.
Daí, segundo Cynthia, a necessidade do país avançar no licenciamento ambiental da Margem Equatorial, para que outros estados possam se beneficiar dos royalties do petróleo e gás natural, e de todo o desenvolvimento e geração de empregos que essa indústria proporciona.
“Tudo começa no licenciamento ambiental e na possibilidade de perfuração de poços”, reforça.
No Maranhão, em 2012, foram perfurados 12 poços, com 7 notificações de descobertas. Em 2013, dos 13 novos poços perfurados, 11 foram notificados de descobertas. Nesse ano de 2023, dos 4 poços perfurados em terra, foram notificadas 3 descobertas.
“Logo, o estado tem um histórico positivo de descobertas”, conclui a engenheira e ex-conselheira da Petrobras.
Previsão de investimentos da Petrobras na Margem Equatorial:
Plano 2022-2026 – US$ 2 bilhões
Plano 2023-2027 – US$ 2,9 bilhões, com a previsão de perfuração de 16 poços
Plano 2024-2028 – US$ 3,1 bilhões