Coalizão projeta expansão da oferta de gás natural e defende uso na indústria

A Coalizão pela Competitividade do Gás Natural como Matéria-Prima apresentou hoje, às 12 horas, na sede da Associação Brasileira de Engenharia Industrial (Abemi), em São Paulo (SP), os resultados de um estudo sobre a oferta de gás natural no Brasil, encomendado pelo grupo ao Instituto de Energia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), que aponta uma perspectiva de triplicação da oferta de gás no país até o fim da década. O evento terá a presença do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e do Secretário de Óleo e Gás e Biocombustíveis, Pietro Mendes.

O estudo coordenado pelo professor Edmar Almeida analisou as tendências e projeções do setor de gás no Brasil e avaliou o potencial e as condições de viabilização da oferta de gás natural para uso como matéria-prima nas indústrias química e de fertilizantes no Brasil. A análise avaliou toda a oferta de gás em terra e no mar do Brasil que será disponibilizado para o sistema integrado de transporte de gás no horizonte de 2032.

Em um cenário, o estudo conclui que, a partir de 2028, existirá um volume significativo de gás firme sem mercado que poderia ser orientado para novos projetos no setor químico e de fertilizantes, variando entre 8 milhões de metros cúbicos por dia (MMm3/d) a 17 MMm3/d no período analisado. Em um segundo cenário, poderia ser disponibilizado um volume ainda maior entre (variando entre 12 e 25 MMm3/d no período analisado).

Para isso, o levantamento indica que investimentos na infraestrutura de escoamento são fundamentais para viabilizar excedentes de gás do Pré-sal para uma política de gás para matéria-prima, o que irá depender da estratégia dos operadores quanto à reinjeção por razões econômicas no Pré-sal.

Além disso, nos dois cenários serão produzidos líquidos de gás natural (etano e propano) que podem viabilizar novas plantas petroquímicas no país.

O estudo ressalta que não tentou quantificar eventuais volumes de reinjeção econômica devido à falta de dados dos projetos que são conhecidos das empresas operadoras e da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e Pré-Sal Petróleo (PPSA); e que, para se ter um cenário de oferta ajustado que considere a reinjeção econômica é fundamental uma articulação das autoridades energéticas com os órgãos reguladores competentes.

A Coalizão defende “a criação de um ambiente de negócios e regulatório e um regime de incentivos para aproveitar o potencial do gás e suprir a indústria”. O grupo é liderado pela Abemi, com a coordenação técnica da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), e a participação das entidades: Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib); Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás) Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq); Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast); Confederação Nacional do Transporte (CNT); Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb); Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan); Transportadora de Gás Brasil Central (TBGC); Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip); Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Sede); Secretaria de Estado de Energia e Economia do Mar do Estado do Rio de Janeiro (SEENEMAR); e Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico de Sergipe (SEDETEC).